TRAUMATISMOS DENTÁRIOS

Situações de emergência envolvendo a boca e os dentes quase sempre se transformam em experiências dramáticas para os pais e as crianças. As estatísticas mostram que cerca de 14% das crianças e adolescentes passam, de alguma forma, por essas situações de emergência. Por isso, é importante estar preparado para se ter à atitude correta num momento desses.
Após o socorro inicial, no que diz respeito ao dente em si, deve-se procurar o dentista rapidamente, sempre atento para informar:

1. ONDE ocorreu o trauma, é importante relatar o local, para que o dentista possa tomar algumas decisões, como, por exemplo, se há necessidade de prescrever a vacina antitetânica ou não;
2. COMO ocorreu o trauma, a fim de detectar a gravidade do problema;
3. QUANDO ocorreu o trauma, o tempo decorrido é de suma importância, pois determina o plano de tratamento mais coerente.

Cortes e sangramentos

Quando uma criança sofre um traumatismo que provoca corte ou sangramento, deve-se, colocar no lugar sobre o ferimento, uma compressa de gaze ou pano limpo e pressionar bem, para que o sangramento seja controlado. Muitas vezes, é necessário suturar o ferimento, para que a cicatrização se processe de maneira adequada, e, tão logo seja possível, deve-se consultar um dentista.

Os primeiros passos de uma criança

Os acidentes mais comuns que ocorrem na dentição de leite são os que envolvem bebês e crianças que estão aprendendo a andar. O dente amolece em seu alvéolo ou é deslocado de sua posição original, podendo se deslocar para dentro do alvéolo (intruir) ou descer, dificultando o fechamento da boca.
O dentista deve ser consultado, para que a extensão do dano seja avaliada. Muitas vezes, esse dano é maior do que aparenta ser.
Freqüentemente, é preciso radiografar o dente e observar por um período determinado. O dentista deve também orientar os pais sobre os cuidados a serem tomados na área afetada, assim como sobre futuros problemas que poderão comprometer a dentição permanente.

Mudança na cor do dente que sofre traumatismo

É comum ocorrer, após 2 ou 3 dias do acidente, uma mudança de cor, um escurecimento da coroa do dente. Essa mudança pode se perpetuar; nesses casos um tratamento de canal se faz necessário.
Nos dentes de leite, nem sempre uma mudança de cor da coroa significa perda da vitalidade e, em muitos casos, a cor poderá retornar ao seu normal. O dentista deve ser consultado, para ser feito o acompanhamento.

Dente fraturado

É comum a fratura de um ou mais dentes em conseqüência de um traumatismo. Além disso, muitas vezes, pode ocorrer que o nervo do dente se danifique. Deve-se sempre consultar o dentista, para que ele possa avaliar a extensão do dano, tratar a fratura e prevenir eventualmente problemas da vitalidade futura do dente.
Não esqueça de levar o fragmento dentário até o dentista, de maneira tal que seja hidratado, lave-o e coloque-o em um copo com soro fisiológico, leite ou água filtrada, ou entre os outros dentes e a bochecha.
A melhor maneira de se evitarem fraturas nos dentes é preveni-las; assim, no caso de esportes, como andar de bicicleta, andar de “skate”, basquete, vôlei, jogos de futebol ou “rugby” e outros esportes coletivos é importante o uso de protetores bucais.
Converse com o seu dentista a respeito.

Perda total de um dente

Em certas circunstâncias, como impactos horizontais, é comum acontecer um deslocamento total do dente. É essencial que determinadas condutas sejam adotadas imediatamente, para que se aumentem as chances de salvar esse dente.
Se o dente for de leite, a colocação deste de volta em seu lugar não é indicada; a probabilidade de sucesso é mínima. No caso do dente permanente, o reimplante é indicado.
Para que se obtenha sucesso no reimplante, é necessário:

  1. Manter a calma e fazer a criança morder uma gaze ou um pano limpo, com pressão para que se possa controlar o sangramento;
  2. Procure o dente;
  3. Pegue o dente somente pela coroa. Não toque na raiz;
  4. Resíduos devem ser cuidadosamente retirados do dente com soro fisiológico ou leite morno. Não esfregue o dente;
  5. Coloque o dente de volta no seu lugar (no alvéolo) na boca da criança. Não se esqueça: a parte côncava do dente é do lado de dentro da boca. Faça a criança morder uma gaze ou um pano limpo, para que o dente se mantenha na posição.
  6. Procure imediatamente um dentista;
  7. Se você não conseguir colocar o dente em sua posição, mantenha-o em uma solução de soro fisiológico ou em leite morno ou mesmo na boca da criança (debaixo da língua) e procure imediatamente um dentista. O resultado final de um reimplante depende muito do período que o dente ficar fora do alvéolo e da conservação do mesmo nesse período. O dente deverá ficar fora do seu alvéolo o menor tempo possível.

O dente reimplantado deverá ser “fixado” pelo dentista em sua posição e ter o seu canal tratado; mesmo assim, com o decorrer do tempo, haverá uma diminuição do tamanho de sua raiz. O tempo médio da permanência de um dente reimplantado na boca é de 1 até 5 anos; muitas vezes, esse tempo é necessário para que a oclusão se defina e novas condutas possam ser tomadas.

 

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